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A criança que fui ontem, tem orgulho de quem sou hoje.

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Outro dia encontrei na net esta frase: "A criança que você foi ontem, teria orgulho de quem você é hoje?" E aí bateu a inspiração nessa criatura aqui e eu não consigo guardar só prá mim, né mesmo? Então, lá vai...
Eu tenho mesmo muito orgulho de quem eu me tornei. Se fosse anos atrás eu não teria coragem de falar dessa maneira com medo do que os outros vão falar, mas hoje é diferente. Sou uma pessoa simples, caseira, vivo no meu mundo, sozinha. Cresci com mais quatro irmãos onde um pão (bisnaga) tinha que ser dividido para sete pessoas, mas um lar onde nunca nos faltou nada. Levei muitas chineladas e varadas não por ser levada, porque não fui, mas porque meu pai não deixava nenhum de nós dormir se não soubéssemos todas as matérias e as tabuadas "de cor e salteado", aliás, entrei para a escola já sabendo ler e foi meu pai que me ensinou, mesmo sem ter estudos direito. Cresci rolando na grama, brincando na terra e me banhando num chafariz. Não é qualquer criança que teve uma fonte no seu quintal e a gente tinha! Cresci também ouvindo nossa mãe dizer: - Pega a caneca e vai buscar o leite na "vaquinha", que era um caminhãozinho cheio de galões de leite e não uma vaca de verdade, e também esperando Papai Noel passar no Natal prá gente correr atrás e pegar balas e brinquedinhos daqueles bem baratos. Só ganhávamos presente no Natal mesmo, nada de Dia das Crianças, nem me lembro disso.
Apesar de ter sido uma criança que aprendia com facilidade as coisas, diferente da maioria, nunca me exaltei com isso, pelo contrário, isso fez com que eu me tornasse introvertida, guardasse tudo prá mim sem comentar, me fez ter uma certa timidez que muitos não acreditam que eu tenha até hoje (e o pior é que tenho mesmo, chego a suar, tremer e ficar vermelha). Eu via que minha inteligência alegrava meus parentes, eles me exaltavam e eu sofria vendo meus irmãos apanharem porque não aprendiam tão rápido quanto eu. Tirava as melhores notas na escola, inclusive tirando o primeiro lugar num exame de seleção para entrar no "colégio". Prá família não teve coisa melhor... Muito disso me fez uma menina/adolescente triste e na juventude fui mais triste ainda, pois me sentia muito sozinha, eu era diferente e assim cresci, meio anti-social, o que sou até hoje. Enquanto o povo vai a festas eu fico em casa. Vivia trancada dentro do quarto e chorando (e gozado...hoje vivo trancada dentro de casa, mas não chorando, só às vezes quando já enguli muito sapo, haha). Cresci cheia de medos e reprimida, num lar onde não havia diálogo entre pais e filhos. Do meu pai herdei talentos como o gosto pela escrita, e de nossa mãe herdei a simplicidade mesmo, esta foi a maior herança que ela me deixou. Sou autodidata. Prá quem não sabe o que é isso, quero dizer que a maioria das coisas que sei, aprendi sozinha, sem ter feito curso algum. Bato o olho e aprendo. A prova é que quando me casei não sabia fazer nem arroz direito e hoje ensino tanta gente a fazer coisas de comer para vender, haha. Hiperativa (com DDA mesmo, Distúrbio de Défict de Atenção) continuo aprendendo rápido e assim que aprendo, perco a graça e quero aprender outra coisa nova. Faço mil coisas ao mesmo tempo e preciso me policiar para não perder o foco senão deixo pela metade o que comecei. No mais, se algumas coisas deram errado em minha vida foram devido às  escolhas erradas no período da juventude. Me casei (hoje eu penso...será que foi prá sair de casa? fico na dúvida, viu?), me danei pq a escolha não foi boa e fiquei sozinha na vida com duas crianças. Mas foi aí que eu me superei. Tive que enfrentar o mundo sozinha pq sumiram todos e ninguém podia mesmo resolver meus problemas, aliás cada um tem seus problemas e ninguém quer problemas dos outros, né? Ficamos então, eu, Isaac, Irving e...Deus. O que para muitos seria o fim, para mim foi o melhor que me aconteceu na vida: A PERDA. Se eu não tivesse PERDIDO tudo, marido e mãe quase ao mesmo tempo e tudo o que trabalhei para ter, certamente seria ainda a Melita de antigamente, triste, reprimida e chorona. Hoje sou Mell. Antes eu era amarga, sofrida e agora sou outra pessoa mesmo. Cheia de defeitos como todo ser humano, mas uma mulher que lutou e venceu, e agora ajuda outros a vencer também. Sofri demais, vcs nem imaginam como foi difícil, passei fome (só quem passou fome na vida sabe o que é isso de verdade), inverteram minha história, muitos me deram as costas, e até o ano passado ainda cheguei a dizer aos meus filhos: "eu acho que vou morrer pq meu coração dói muito". Mas eu venci, o fato de ajudar outras pessoas me traz força. Arrumei um bom humor que não tinha, fui aprendendo isso ajudando outros que eu vi que passavam mais ou menos pelo mesmo que passei, o abandono, o desemprego e a falta de dinheiro. Eu tinha que motivá-los e isso foi me...motivando, kkkk
Ah, tenho que sentir um enorme orgulho de quem eu sou hoje mesmo, se eu não sentir isso, ninguém mais sentirá. Nem mesmo os meus filhos. Às vezes queria que eles, hoje, falassem o que falavam antes pois necessitavam mais de mim, mas a vida é assim mesmo, tenho que estar preparada. O mundo é outro hoje, não o de cinquenta anos atrás quando eu nasci. Às vezes comento com meus filhos: "eu consegui isso" e eles respondem: "grande coisa!". Nossa, me dá uma tristezinha lá no fundo porque o que para mim é vitória, para eles é muito simples, é normal...mas ainda bem que eu sei superar isso...se fosse antes, sei não viu? É aquela história que eu falei, os medos continuam ali olhando prá mim...Ainda bem que eu entendo isso e sei me safar, hahaha!
Cresci em todos os aspectos e daquela menininha só restou mesmo o jeito moleca que é próprio das crianças. E hoje consigo rir das minhas próprias desgraças para que elas não venham rir de mim novamente. Se eu erro, faço de novo até acertar. Aprendi a não desistir fácil das coisas. E vou com medo mesmo, afinal ele não é maior do que eu.
Eu sou assim, criança. E sou muito adulta, a minha idade depende de quem está comigo, convivo muito bem com todos e só não aproveita isso aqueles que não querem. Puxa vida, o quanto perdem de mim os que não me amam...eu sou gente boa dimaisdaconta! Bom que sobra prá quem quer né? Enfim, sou amada e sou odiada.
Sim, eu olho minha foto do dia em que completava sete meses de idade e olho a foto de agora (essas do início do post) e sinto o maior orgulho da pessoa em que me transformei.

Parabéns, Mell, você realmente merece o melhor!

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