
O título do meu post de hoje é plagiado de uma frase que vi numa revista há anos atrás. Tenho afirmado na minha loja que "eu vendo para o povão". Estávamos comentando hoje sobre bom atendimento e uma mulher contava que o dono de um açougue daqui não a atendia bem. Ele preferia tratar bem um mais endinheirado que deixava fiado do que ela, que pagava à vista no dinheiro. E olha que ela é de classe média! Então, saiu este assunto entre nós: é o povão que deixa o dinheiro no nosso negócio.
Eu falo claramente com meus fregueses que eu vendo para o povão, sim, porque eles são os meus patrões. Eu dependo deles para comer. Recebo e receberei pessoas mais abastadas no meu comércio, mas o meu público alvo são eles: gente mais humilde, menos endinheirada mesmo e digo sempre a eles, que as coisas na minha loja são simples como eu e como eles. Não tenho nenhum luxo na loja, até mesmo as araras foram compradas de segunda mão, e assim mesmo algumas pessoas que entraram, afirmaram pensar que se tratava de uma loja de roupas novas. Tratei a todos com delicadeza, dizendo que mesmo que não comprassem, eu queria que vissem a qualidade das roupas e outras coisas do meu brechó. Algumas, só de vê-las andando devagarinho por estarem observando a loja, fui lá fora buscá-las, e conversei com elas como se as conhecesse há anos.
É possível oferecer produtos de qualidade para esse povo simples e que ganha menos do que muita gente. E não estou aqui falando de brechó. Podemos fazer isso em todas as áreas. Samuel Klein é um homem que "ousou" vender para pobre e até hoje não mudou de filosofia. Assim nasceram as Casas Bahia. A rede de lanchonetes Tio Mega é outro exemplo que vende tudo baratinho e arrasa qualquer McDonalds da vida. A população de baixa renda também merece o melhor, gente! Então, "pobre" também sabe comprar coisas boas e merece comprá-las. Engana-se aquele que pensa que gente mais humilde e sem cultura não tem dinheiro.
Se vc quer ganhar dinheiro, lembre-se do "povão". É um rico mercado.